sexta-feira, 2 de março de 2018

Gustavo telles e seu som vintage ala The Band


Gustavo Telles não tem problema algum com identidade artística: como artista solo ou como baterista da Pata de Elefante, ele sabe que suas referências passam pelos nomes que, depois do boom dos anos 50, ajudaram a consolidar o rock como força cultural: The Band, Rolling Stones, Neil Young, esse pessoal – principalmente o período entre o fim dos anos 60 e o começo dos 70.
Como, então, é possível que sua música não soe datada? Difícil explicar, mas passa pelo senso pop do rapaz, eternamente preocupado com melodias e com o formato canção – mesmo que a composição seja instrumental. Esse era – e ainda é – um dos principais diferenciais da Pata de Elefante: a capacidade de ter refrãos mesmo sendo instrumental.
Quando entra letra na jogada, a coisa fica ainda mais evidente, como pode ser constatado nos dois álbuns de estúdio lançado sob o nome Gustavo Telles & Os Escolhidos: “Do seu Amor, Primeiro É Você quem Precisa” (2010) e “Eu Perdi o Medo de Errar” (2013). Ou, se preferir uma síntese disso, o recém-lançado “Ao Vivo no Theatro São Pedro”, disponível apenas nas plataformas digitais. É imediatamente perceptível o quanto Telles ancora suas composições no cânone do rock e do folk, caprichando nos arranjos que entrelaçam violões, guitarras, teclados e piano como eixo principal da canção – quando não incluem também metais, percussões…
A pluralidade se refletia na formação flutuante d’Os Escolhidos. Pela banda, já passaram seus companheiros (atuais e ex-integrantes) da Pata (Gabriel Guedes, Edu Meirelles, Julio Rizzo, Daniel Mossmann, Luciano Leães – os dois últimos também dos Acústicos e Valvulados), Marcio Petracco (TNT, Cowboys Espirituais), Tenente Cascavel e outras), Alexandre “Papel” Loureiro (Pública), Luciano Albo e muitos outros, tendo chegado ao inacreditável número de 25 músicos para um único show!


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