sexta-feira, 5 de março de 2021

Uma amostra de como Jimi Hendrix soaria nos anos 70

 

50 anos de ”The Cry Of Love”

Jimi Hendrix tem uma discografia fechada e muito bem acabada. É interessante imaginar quanta coisa boa ele iria fazer na década de 70, quantos discos fantásticos e parcerias. Um de seus últimos trabalhos ”completos” por assim dizer é o disco ”The Cry Of Love” que hoje está completando exatos 50 anos!

Em 1970, Jimi havia lançado ”Band Of Gypsys”, um trabalho mais funkeado e mais soul, jamais abandonando a veia de Rock N’ Roll franco que era uma das principais características dele. Após esse lançamento, Jimi começou a trabalhar em mais um disco mas infelizmente acabou não tendo tempo de concluir, Hendrix faleceu em Setembro de 1970, a versão oficial diz que ele se asfixiou com o vômito e se intoxicou por barbitúricos.

Alguns meses depois da morte de Hendrix, foi lançado o disco homenageado de hoje, o ”The Cry Of Love”, ele consiste basicamente como um lançamento oficial dentro da discografia dele, já que estava praticamente pronto. Neste disco, temos um Hendrix um pouco mais ”polido” se é que é possível usar esse termo com ele, eu digo no sentido de ter uma produção mais clara em alinhamento com o que a produção dessa nova década extraía.

Algumas músicas desse disco já haviam sido apresentadas ao vivo por ele algum tempo antes, outras virariam clássicos no decorrer dos anos. As músicas variam entre aclamadas entre os fãs e outras chegam a ser até subestimadas. Dos destaques, podemos falar logo sobre ”Freedom”, um riff de guitarra icônico, aqui já podemos notar uma diferença em termos de composição e produção que estávamos acostumados, sem dúvida é o grande destaque do disco. ”Drifting” resgata um pouco da psicodelia de ”Electric Ladyland”, já ”Ezy Ryder” é daquelas que fariam enorme sucesso em shows posteriores, conta com incríveis solos de guitarra como sempre, como curiosidade, Steve Winwood participa dos back in vocals dela. ”Angel”, é a música que mais me emociona no disco, uma balada extremamente sensível e linda, uma das grandes composições da carreira de Jimi, provando a diversidade que ele ia adentrar na década de 70.

”The Cry Of Love” nos da uma boa noção de como Jimi soaria na década mais produtiva da história do Rock, foi um disco bem aceito pelo público e é daqueles lançamentos que fazem sentido. Hoje em dia eu o encaro como um disco de carreira mesmo. Quem ainda não deu muita atenção para ele, recomendo que reconsiderem, aproveitando os 50 anos de seu lançamento!

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